segunda-feira, 2 de setembro de 2019

PASCAL

Há dois tipos de homem, segundo Pascal

                                                            Por Adílio Jacinto Filho

Para Pascal há dois tipos de homem, o geômetra e finura, em linguagem atual, o primeiro é o homem mecanicista, o segundo, intelectual, ambos buscam a sutileza de viver e a felicidade em seus pensamentos onde se usam os princípios e consequências da prática e da teoria.
Fazendo uma analogia, um técnico de futebol elabora um esquema tático e passam para os jogadores, estes treinam o sistema tático ideal para ganhar a partida, o esquema tático é a teoria produto do intelectual que e sistema mecanicista é operacionalizador, quando faz a teoria e a prática gera a sutileza e a perfeição da obra.
O mecanicista e o intelectual usam as consequências e princípios de uma teoria se diferem no uso destes.
Os jogadores se tiverem grandes números de princípios ficam perdidos e não sabe as consequências e perdem o jogo.
 O técnico elabora a teoria e com varias consequências fica perdido se não sabe os princípios e perde o jogo.
Outra analogia, o engenheiro (finura para Pascal) usa os princípios para fazer a máquina de cambio que é uma consequência do todo que neste caso é o carro e sem esta não haveria o mesmo e não haveria princípios para que o homem mecanicista aprenda e use na prática para montar as peças que irão ao cambio.
O mecanicista (ou geômetra para Pascal) faz a montagem e seque uma teoria com princípios que um esquema que ele precisa para montagem, fica conhecedor dos poucos princípios na formação do carro e se torna especialista na montagem que é consequência do ato.
O homem mecanicista busca os princípios que são elaborados na prática do dia a dia, o intelectual fica na abstração pelas definições e elabora a ideia.
Outra analogia o pensar do mecanicista sobre o pássaro não interessa os porquês de como ele voa, importa sua funcionalidade prática e especifica algum princípio, se voa baixo, alto, grande pequeno não entra nas consequências.
Tem respostas imediatistas e prática de sobrevivência, enquanto o intelectual vê que o pássaro possui princípios (teorias), ele tem asas, senso da gravidade para voar, se pode ser carnívoro ou vegetariano e procura novas definições em ambos a sutilidade não se completa possui os muitos princípios e definições.
Para ter a sutilidade não pode ficar nas abstrações e nem no excesso estrutural do mecanicista e consegue novas técnicas e coloca a prática das ideias e constrói algo como teoria e prática com novas definições e princípios, Só os grandes pensadores que colocaram na prática seus princípios e definições e é raro.
Porque os princípios são tão grandes que não dá para o geômetra e finura colocar na práxis, ou seja, coloca as ideias em movimento, assim sendo, no senso comum os dois se completam numa relação ambígua, dialeticamente oposta.
Difere do homem do senso comum tanto o homem geômetra (mecanicista) como da finura (intelectual) se perdem em muitas vezes a  visão do todo e viram especialistas na área de atuação no meio social, porque há muitas consequências e princípios.  
Ambos na sutileza tentam ligar o máximo no todo e vira homem de do bom senso e mente aberta para os conceitos dos princípios e consequências.
Para o mecanicista ao querer saber se o pássaro e carnívoro ou herbívoro, ele captura o animal e faz o teste jogando carne, se comer carne é carnívoro e se comer vegetal é herbívoro, mas, ambos fazem experiências tornando especialistas numa consequência se forem mentes fechadas.
Os grandes lideres e heróis conseguem em seus princípios mobilizar as consequências colocando suas afeições e ideias na pratica como Jesus Cristo, Sidharta, Maratama Ghandi, Martir  Luter King, Madame Curie e outros.
O mecanicista age nos princípios que em muito são elaborados pelos pensadores e são inaptos se não conseguem seguir os muitos princípios, ele precisa de sistematização, seguir um modelo. Já o intelectual vê muitas consequências e se perde nos meios das teorias, em suma eles precisam de métodos.
Para ser sutileza precisam ter os dois modelos o geômetra têm uma variedades de princípios que às vezes não conseguem definir o agir porque precisa de definições que vêm das ideias da finura, mas, estes se perdem nas definições e tornam estéreis e pode se afastar entram no desgosto e se tornam um recluso no mundo das ideias. 
Mas, ambos quando usa o bom senso tiram as consequências dos princípios, mesmo sendo poucos ou muitos, não ficam perdidos no método.
Na mesma época de Pascal, Descartes elaborou o método colocando as consequências e princípios  onde a teoria deverá ter um início, meio e fim e que limitou e deu ferramentas para ambos buscar o verdadeiro ou falso, o qual eliminaria a dúvida.
“Aqueles acostumados a julgar pelo sentimento nada entendem das coisas do raciocínio, pois não buscam os princípios... o homem é incapaz de ver o tudo... o homem em geral se convence mais com seus argumentos que ele mesmo tece do que com aqueles surgem no espirito alheio” (Pascal).
Por isto que precisa de método para que as consequências tenham princípios fundamentados, mas, se levar pelos sentimentos não há razão dos princípios e consequências serem claro para o outro seguir avante nas premissas.
O homem é incapaz de ver tudo seja ele mecanicista ou intelectual.
As diferenças se dão no dialogo onde o coração aberto possa se colocar no lugar dos outros, pois, “existe o coração que tem razões que até mesmo a razão desconhece, porque homem tem uma ansiedade para conhecer as coisas que não consegue saber” (Pascal), de forma distinta se completa nesta linguagem – o do coração assim se adapta. 


Top Disco - Parte 1